Após pressão do NOVO e da sociedade civil, o governo Lula divulgou, na quinta-feira passada (03), os dados reais da alfabetização no país, mostrando que o índice piorou cerca de 6% de 2019 (antes da pandemia da Covid-19) para 2023.
Foto: Lula e o ministro da Educação, Camilo Santana (PT-CE) (créditos: Hugo Barreto/Metrópoles).
A mudança de atitude do governo apenas segue o que o projeto de lei da transparência de dados e microdados do censo escolar, proposta pelo NOVO e sancionada no ano passado, exige. A proposta se tornou a Lei 15017/2024.
De acordo com o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), apenas 49,3% das crianças do 2º ano do Ensino Fundamental estavam alfabetizadas em 2023. O que é um retrocesso em relação a 2019 (55%).
No entanto, o Ministério da Educação (MEC), sob comando de Camilo Santana, divulgou em maio de 2024 um índice de 56% de alfabetização, utilizando o novo Indicador Nacional Criança Alfabetizada.
A divergência ocorre porque:
- O Saeb é uma avaliação amostral federal, aplicada há mais de 30 anos para medir proficiência em Português e Matemática.
- O Criança Alfabetizada é um novo método, aplicado pelos estados, que avalia todos os alunos da rede pública, não apenas uma amostra.
Manuel Palácios, presidente do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão responsável pelo SAEB, afirmou que as metodologias são incomparáveis.
Apesar disso, o governo adotou o índice de 56% como oficial, mesmo reconhecendo a necessidade de ajustes na nova métrica.
- Ações do NOVO pela transparência na educação e crítica de Adriana Ventura ao governo Lula
- Dados de alfabetização inicialmente divulgados pelo governo Lula não são transparentes
- Margem de erro elevada na nova medotologia para alfabetização no governo Lula
Ações do NOVO pela transparência na educação e crítica de Adriana Ventura ao governo Lula
Antes do governo ceder à pressão popular, a deputada federal Adriana Ventura (NOVO-SP) criticou a maquiação de dados do governo petista.
Afinal, os relatórios do SAEB trazem informações muito mais confiáveis e com metodologia uniforme, sendo publicadas a cada dois anos. Isso permite uma comparação fidedigna.
Além do projeto de lei aprovado, o NOVO pressionou o governo chamando o ministro da Educação, Camilo Santana, para prestar depoimento na Comissão de Educação, e mandou um requerimento de informação solicitando os novos dados do SAEB.
“Por meio da lei de minha autoria, que obriga a divulgação dos dados da alfabetização de nossas crianças, soubemos a verdade: os números estão muito piores. Sei que educação é um assunto ingrato, que engaja pouco, mas não podemos permitir que o governo minta dessa forma”, afirmou a parlamentar do NOVO pelas redes.
Clique aqui e saiba mais sobre o projeto de lei do NOVO!
Dados de alfabetização inicialmente divulgados pelo governo Lula não são transparentes
O MEC inicialmente não divulgou os resultados completos do SAEB, liberando apenas microdados após pressão da imprensa e de parlamentares.
Durante coletiva, Palácios justificou que a não publicação inicial se deu para evitar comparações equivocadas entre os dois sistemas.
Críticas de especialistas:
- A nova metodologia não detalha como os estados agregam os resultados.
- Não há clareza sobre questões aplicadas, níveis de dificuldade ou critérios de correção.
- Em alguns estados, como a Bahia, a diferença entre os dois métodos chegou a 21,5 pontos percentuais.
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Margem de erro elevada na nova medotologia para alfabetização no governo Lula
A única comparação válida é a taxa nacional, já que as avaliações estaduais do Criança Alfabetizada apresentam variações significativas:
- Margem de erro em estados como ES, GO, MS, PB, RO, RS e SC ficou entre 10% e 14%.
- A Bahia registrou a maior discrepância (56,8% no Criança Alfabetizada contra 35,3% no SAEB).
Enquanto o governo defende a nova metodologia, especialistas questionam a falta de transparência e a ausência de padrões claros para garantir a confiabilidade dos números.
A divulgação tardia do SAEB e a adoção prioritária do indicador do MEC mostram um fato: o governo Lula está mais interessado em forçar uma imagem de melhora na alfabetização do que trabalhar com a situação real da educação brasileira.
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